quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Papel

 

Eu gosto de papel. Gosto de manipular, gosto do cheiro, gosto das diferentes texturas, muitas vezes decorrente do envelhecimento, gosto até mesmo do som do papel.

Sim, papel pode emitir um pouco de som. Não sozinho, mas ao ser manipulado. Principalmente em resmas, ao ser dobrado e, o meu favorito, ao ser cortado.

Dia desses estava me lembrando de quando trabalhava junto com o pessoal da arte lá na editora. É muito comum eles precisarem montar bonecos pra mostrar como o material vai ficar impresso e encadernado. Eles imprimem tudo, cortam as bordas de sobra, colocam espiral e voi lá, um boneco lindo pros superiores verem como o livro pronto vai ficar um chuchuzinho, ou não.

Essa parte de tirar as bordas chama refilar e eu adorava ouvir o pessoal da arte refilando papel. Refilar é muito simples, basta colocar uma régua nas marcas de referência e passar o estilete pra cortar. Guilhotina também serve, mas o som não é tão bom. O melhor som é quando o papel é cortado pelo estilete, preferencialmente um pedaço grande, com mais de 30cm. Várias vezes, enquanto eu estava trabalhando, pausei a música só pra ouvir o som do papel sendo refilado. Dá pra dizer que essa era uma das poucas coisas boas de se trabalhar interno naquela editora. Mas isso é assunto pra outro post.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Pessoa mala

Este post é dedicado ao meu velho amigo Marcos, recentemente vítima de uma pessoa mala.

Algumas pessoas não tem a menor noção. Mas noção de que, você pode me perguntar. Bom, noção de nada. Noção de ridículo, noção de inconveniência, noção de autopreservação - aqui você inclua zelo pela própria imagem e, principalmente, amor próprio. Tem gente que eleva isso a um patamar tão superior, que merece, com louvor, o título de pessoa mala.

Lá pelo ano passado algum ser desprovido da razão me mandou um SMS como se me conhecesse e querendo falar comigo. A conversa que se seguiu foi uma das coisas mais medonhas que já fiz parte. Confira.
 

Eu tentei um pouco de tudo. Fui educada, paciente, ogra, mas a criatura só parou de encher quando o namorado foi marcar território respondendo por mim. Fique claro: ele perguntou se poderia responder. Eu deixei, acreditando que isso poderia render mais risadas, com a pessoa retrucando de forma ainda mais ridícula. Mas não foi o caso e hoje eu confesso que não deveria ter deixado não. Tinha chegado num ponto que eu tava achando graça e poderia estar até hoje rindo da pessoa mala. xP

Mentira. Nem por trollagem minha paciência vai tão longe. Mas eu perdi boas chances de dar respostas melhores. Quem sabe no futuro aparece outra pessoa mala e eu posso ficar zoando com ela por um período maior.