quinta-feira, 10 de abril de 2014

Minha vez


Hoje é o meu aniversário. No último mês já falei de dois (o do blog e o do Lindão) e, salvo engano, nunca na história do Resmungos Precoces falei do meu próprio.

Talvez não tenha muito o que falar. Apenas que hoje o dia foi muito bom. Recebi parabéns de todo lado, de todas as formas (predominantemente por meios digitais), ganhei alguns presentes bem especiais - com a idade os presentes veem em menor quantidade, a gente se preocupa menos com eles, mas ainda nutrimos expectativas com eles xP - e passei o dia trabalhando em casa, boa parte dele sozinha.

Isso pode parecer aquele mal contemporâneo da falsa proximidade das pessoas, consequência das relações mediadas pela internet. Hoje ninguém mais liga. Só manda um recado no Facebook e tá resolvido. Isso é um aspecto real, mas não é meu foco agora. Até porque eu tô longe de poder reclamar disso - sou a rainha dos parabéns protocolares via redes sociais.

Na verdade, me lembrei de um aniversário passado. Uns cinco ou seis anos atrás, quando eu estava na faculdade, não tinha Facebook e o Orkut ainda era relevante. Me lembro de não andar emocionalmente bem naqueles tempos e de me sentir sozinha. Faltando algo entre uma ou duas semanas pro meu aniversário, resolvi ocultá-lo de tudo pra ver quem realmente se lembrava de mim. Logicamente a resposta que eu consegui foi: quase ninguém. Apenas parentes MUITO próximos se lembraram: os que moravam comigo e minhas tias. E somente DOIS amigos me mandaram mensagens naquele dia. Marcos e Raquel. Hoje um é engenheiro civil e trabalha numa transnacional e a outra é desenvolvedora indie de games junto do marido. Na época ele era estudante universitário e ela... Bom, eu acho que ela estava trabalhando com animação. Não lembro direitinho. Mas lembro de passar aquele dia me sentindo sozinha... Até Marcos e Raquel entrarem em contato. Os dois não fazem ideia de como foram importantes pra mim naquele dia.

Eu não costumo dar muita bola se esquecem meu aniversário. Mesmo antes daquele dia. Acontece que daquela vez eu tava mal e queria que as pessoas se lembrassem dele espontaneamente, não graças ao lembrete do Orkut. Eu tô muito melhor resolvida com isso e sei que 95% dos parabéns que eu recebi hoje não teriam sido desejados se não fossem os lembretes do Facebook e Skype. Mas eu realmente não me importaria. Hoje eu não me importaria. Hoje eu sei quem se lembraria ou, mesmo que esquecesse, desejaria parabéns quando lembrasse. A vida tá muito corrida pra todo mundo ficar lembrando de tudo. O fato é que hoje eu me sinto muito melhor colocada socialmente, me sinto inserida em grupos realmente unidos, hoje posso falar que tenho amigos de verdade.

Mas eu venho enrolando há anos pra agradecer aos dois que fizeram meu aniversário ter algum sentido naquele ano que foi bem cinza. Marcos e Raquel, muito obrigada :)

Inicialmente eu tinha pensado em comentar como os que se foram fazem falta nessas datas. Mas o texto tomou outro rumo, o agradecimento aos dois precisava ser registrado e as saudades dos que partiram vão apertar de tempos em tempos mesmo. Nessas datas comemorativas costuma apertar mais, mas nada o que pensar nas boas lembranças não faça. Eles não iam querer que a gente ficasse de chororô mesmo.

Fora que, se eu mantivesse a ideia original, não saberia qual fotinho colocar pra ilustrar o post. Aliás, agradeçam ao Lindão, pois foi ele que fez a montagem pra mim (estou sem Photoshop aqui... e eu nunca conseguiria colocar sombras na imagem também u.u)

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