terça-feira, 31 de dezembro de 2013

To the Moon


**TEXTO SEM SPOILERS**

Véspera de ano novo e eu aqui, ainda nos joguinhos.

Joguei To the Moon numa sentada só no dia 29/12. Deu umas seis horas de jogo e é mais um bom produto indie.

A história começa com uma ideia bem peculiar: cientistas que realizam o sonho de pessoas a beira da morte mexendo na memória delas. Por exemplo, a Tita é professora, mas gostaria de ter sido policial federal (sim, isso é sério. Ela diz que se não tivesse sido professora - ela sempre amou o que fazia - queria ter sido policial). No universo do jogo ela poderia ter contratado a empresa pra mexer na memória dela de forma que na cabeça dela, ela chegou a ser policial federal, chutando portas e gritando POLÍCIA com o distintivo na mão. Eles realizam o sonho das pessoas na cabeça delas. É tudo construído lá dentro, quando o indivíduo está a beira da morte, pra poder morrer tendo feito o que queria. A mudança acontece na memória só.

Você começa o jogo controlando dois cientistas que atendem ao chamado de um senhorzinho que tá nas últimas e que sonha em ir pra lua. A ideia pra resolver o desejo do velho Johnny é até simples: voltar na cabeça dele até uma memória BEM remota, plantar a ideia dele virar astronauta e isso desencadearia a transformação da memória, fazendo com que, na cabeça do Johnny, ele virasse astronauta, fosse pra lua etc.

O jogo é bem linear nesse sentido. Você não tem como escolher nada que altere a história (não que eu tenha achado, pelo menos) e segue voltando nas memórias do velho Johnny, até chegar no jovem Johnny. Mas, você vai indo e vai vendo umas coisas meio estranhas, vai tentando encontrar algum sentido praquilo tudo e... A história dá uma guinada. Mexer na memória do Johnny é mais difícil do que os cientistas imaginavam e eles precisam desatar um belo nó pra ver o que vão fazer. E se vão fazer.

Aí você se lembra que entre a infância e a velhice acontece muito mais coisa do que imagina a nossa vã filosofia. E, aos poucos, tudo no jogo vai fazendo sentido. Até a parada mais discrepante que você olhou e falou 'WTF???' vai encaixar.

E rola um drama, claro. Tá bom, não é tanto drama. Tem partes bem bonitas e emocionantes. É uma história com algumas sutilezas e você as entende quando vai chegando no final. É bonito pra caramba.

É, minha gente, mais um jogo indie com história tocante... Que me levou as lágrimas. ¬¬ Eu sei, tá ficando feio pra mim já. ¬¬

O jogo tem gráficos 2D simples, mas bem feitos, (sei lá, meio Pokémon pro GBA ou um RPG do SNES, saca?) e a jogabilidade não é aquela coisa maravilhosa. Você passa uma raivinha ou outra as vezes, mas de leve. A sofisticação tá na história. É ela que importa.

Bom, eu recomendo fortemente que deem uma chance pra To the Moon, que tá em oferta até dia 02/01. :) Novamente, os meninos do Jogabilidade fizeram um podcast (DASH #03: To the Moon) e a tradução do jogo para português (um pouco mais chatinha de instalar, mas funciona perfeitamente). Novamente, ninguém tem argumento pra não jogar.

Um agradecimento especial ao Vuru, velho amigo de escola e que me deu o jogo de natal. :)

E feliz ano novo, queridos! 2014 eu volto com mais jogos, filmes, reclamações e Kung Fu! :*

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