segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Rinoceronte em loja de decoração


Esse título me define. Rinoceronte é o que eu sou quando estou numa loja de decoração. Ela tá lá, toda linda, cheia de penduricalhos inúteis que eu nunca teria na minha casa, e eu chego como uma ameaça. Por isso que, quando entro em uma loja do tipo, ando com os braços rentes ao corpo e tomo cuidado pra não fazer movimentos bruscos.

Uns... 15 anos atrás, mais ou menos, eu estava no Guarujá com a Tita, Camila e Luís Otávio. Sabe, era uma época muito gostosa. Passávamos o mês de janeiro lá, curtindo as férias escolares. Era muito bom. Fizemos isso vários anos, mas isso da loja de decoração aconteceu uma vez só. Ainda bem.

Uma tarde a Tita resolveu sair pra procurar um raque pra colocar na sala. O Luís Otávio (sortudo) escapou de ir a caça, mas eu não consegui me safar. As duas me colocaram no carro e bora tentar encontrar o diacho do raque. Só por curiosidade: ela procurou esse negócio durante ANOS. Quando encontrou eu nem ia mais pro Guarujá. E eu fiquei 11 anos sem ver praia. Imagine quanto tempo ela caçou essa bodega.

Compras. Taí uma parada que nunca me atraiu e que eu nunca tive muita paciência. Quando preciso comprar algo pra mim é um parto. Até eu criar ânimo pra ir buscar é uma novela. E quando vou, é num esquema expresso. Entrar, pegar e pagar. Beijos, loja! Não volto aqui até o item comprado desintegrar.

Agora, imagina meu estado depois de passar horas indo de loja em loja, e nada de comprar o raque. Eu tava PENDENDO DE SONO. No final da aventura a Tita já tava indo em lojas de decoração "só pra ver", porque não ia comprar nada lá.

Não, passar em loja que não vai comprar nada NÃO É LEGAL. Pelo menos não é pra mim. Esse é o tipo de "lazer" que não me entra na cabeça.

Eis que vamos numa PUTA loja de decoração que fica(va) (não sei se ela ainda existe) numas das avenidas principais do Guarujá e que era, logicamente, cara. Cada loja do tipo que a gente entrava as duas viravam e "CUIDADO com as coisas a venda! Não vai quebrar nada!" E eu tomava cuidado! Juro que tomava! Tomo até hoje! A diferença é que hoje eu não me enfio nesses lugares, mas isso é só um detalhe. Eu sei que sou estabanada, por isso não me enfio onde tem objetos delicados em corredores estreitos.

Bom, estávamos nessa loja, eu MORRENDO DE SONO e andando como se vestisse uma camisa de força, não vejo uma mesinha minúscula com uns 200 cacarecos em cima dela e... bato nela com o joelho. Foram segundos de muita tensão enquanto nós três (brancas) víamos duas tralhas tombando na mesinha. Mas Ares zelou por mim. Delicadeza não é o forte dele, mas ele se compadeceu e não deixou nada quebrar. Ainda bem.

Após esse momento com efeito focus, as duas viram (vermelhas) pra mim dizendo pra tomar cuidado e que se eu tivesse quebrado alguma coisa, iam me deixar limpando o chão pra pagar.

Sim, é muito amor. E um drama miserável também. A gente (elas) até tinha dinheiro pra pagar os cacarecos lá. E eu fui praticamente SEQUESTRADA e OBRIGADA a entrar na loja. Se quebrasse, a culpa era delas que me jogaram lá dentro.

Ok, falando sério agora: depois disso eu entrei nesse tipo de loja pouquíssimas vezes e SEMPRE tomando MUITO cuidado. Eu não me assustei nem uma fração do que as duas assustaram, mas como hoje isso mexe com o MEU bolso, eu não vou pagar por tralha que nem compraria.

Nenhum comentário: