quinta-feira, 16 de setembro de 2010

No hospital [série Duartão]

Meu paizão tratava da saúde na Santa Casa, aqui perto de onde eu moro. Sempre foi muito bem atendido lá e sempre fizeram o possível para que ele melhorasse. Se ele não viveu muito mais, é porque não tinha como, mesmo.

Antes de mais nada, é importante lembrar que a Santa Casa é também uma faculdade, logo possui estudantes lá dentro e eles precisam se alimentar de alguma forma.

Bom, aquele debochado consegue a proeza de ter histórias engraçadas até no hospital. Note que a frase anterior está no plural, sim?

Uma delas é a descoberta da deliciosa coxinha vendida em uma lanchonete lá dentro da Santa Casa.

Foi mais ou menos assim: estava Duartão internado e lá fomos nós visitá-lo. Quando eu ia também, era porque ele já estava no quarto e bem melhor. Ele esperava a gente num jardim que tem lá dentro. Vários outros pacientes faziam - e acredito que ainda façam - a mesma coisa.

Todo mundo lá, conversa vai, conversa vem e na hora de irmos embora, ele virou para o meu avô e pediu para que ele deixasse um dinheiro. Posto que hospitais alimentam seus pacientes, mais de uma pessoa perguntou por que raios ele queria dinheiro. Então Duartão comentou (e recomendou) da coxinha vendida lá na lanchonete Intervalo. Todos fizeram cara de O_o, mas um de nós foi na lanchonete lá e comprou coxinhas pra todos. Afinal, gulodice é mal de família aqui. De qualquer forma, vovô deixou a grana com ele para outros lanchinhos. Aliás, antes que eu me esqueça, também recomendo as coxinhas de lá! ;)

E todos continuaram muito felizes, se empanturrando de coxinha nos horários de visita. Até que um belo dia fomos visitá-lo e minha tia Zazá, ao notar que Duartão estava sem sua pulseira de paciente, perguntou:

Zazá: Nê, por que você está sem a pulseira de paciente?

Duartão: Porque eu fui na lanchonete comprar um salgado, viram ela e me disseram que não podiam vender pra pacientes. Então voltei pro quarto, arranquei aquela merda, dei um tempo e voltei lá pra comprar o meu salgado.

Todos: O_O

Simples assim =). Queria ter essa presença de espírito que ele tinha. E metade dessa coragem, também. Acho que minha mãe deu uma bronca nele com a ajuda da Zazá e foi só.

Bom, qualquer dia desses passo lá pra comprar uma coxinha por ele, aquele grandalhão. E eu conto mais histórias engraçadas dele no hospital em próximos posts.

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