domingo, 5 de abril de 2009

Era só o que faltava

Viajar pra Sorocaba neste final de semana foi até mais legal do que o previsto. Acho que fazia uns dez anos que eu não ia pra lá. Meus tios até achavam que não ia dar tempo de vê-los vivos ainda. Não, eles não estão doentes. Era um pouco de drama misturado ao fato deles não serem mais muito novos. Se bem que meu tio andou meio dodói uns tempos, mesmo. Mas pra quem teve uns cinco infartos e fez sei lá quantas cirurgias, ele tá é muito bom. Ainda bem.

O duro é aguentar primo bêbado, descobrir que a tia agora se ligou nessas baboseiras de signo (pra piorar nós duas temos o mesmo signo, então virava-mexia ela justificava alguma característica minha com "porque nós, do signo de Áries, somos assim mesmo", eca!) e ouvir as picuinhas de família que acabam surgindo nos assuntos. Detesto ter que ouvir todo o veneno comum a essas horas - depois do sábado em volta da churrasqueira, o domingo foi dessas fofocas.

O primo mamado já tinha ido embora na noite anterior - com a esposa irada querendo dar uns cascudos nele. Mas hoje a tarde, enquato papo ia e papo vinha, eis que minha mãe e eu descobrimos que o túmulo da família está pela hora da morte, amém. Segundo meu tio "tão tudo tomando água da chuva naquele túmulo", pois tem um buraco grande naquela coisa construída por cima (acho que chama jazigo, ou o que quer que seja) perto do chão. Então quando chove entra água por esse buraco e cai sobre meus avós maternos, uma tia, um primo, outro tio... sei lá se tem mais.

Segundo minha mãe a água não pega no meu pai... e espero que ela esteja certa, pois detestaria ir lá um dia e descobrir que meu pai virou uma geléia de cinzas. ¬¬"

Quando o meu João Grandão morreu ele quis ser cremado. E meus avós não tem túmulo. Então minha mãe levou a caixinha dele lá pra Sorocaba e colocou no túmulo da família dela. Que, pelo papo de hoje, deu pra perceber que não estava lá muito bem conservado naquela época - logo fará sete anos que meu paizão faleceu.

Ou seja, faz pelo menos sete anos que esse bando de atrapalhados fica de reformar o túmulo e não faz nada. Mas parece que uma cunhada da minha mãe, nessa ocasião que levaram o meu pai, tinha tomado pra si a responsabilidade da reforma. "Pode deixar que eu faço/que eu cuido disso". Nunca é bom falar isso, do mesmo jeito que não convém levar essas palavras a sério. Pode dar merda!

De qualquer jeito, agora parece que virou uma emergência. A prefeitura de Sorocaba divulgou que os donos dos túmulos muito mal conservados serão intimados a dar um jeito nisso. E se não o fizerem, a mesma vai demolir tudo, pegar os ossos, colocar num canto lá e vai vender novamente o túmulo para uma outra família. É, muito obrigada pela consideração, prefeitura maldita! Como disse o Sr. Sutileza (do recomendadíssimo blog Perseguidor Implacável) "nem dá mais pra morrer/descansar em paz, hoje"! É, não mesmo!

Então, agora as pessoas vão ter de se juntar e ver como resolver isso. E vão gastar uma grana com isso, também. Um gasto que não tinha sido programado com um problema que era pra ter sido resolvido há sete anos! Por que raios família é um negócio tão complicado? Se parente fosse bom não era algo praticamente imposto nas nossas vidas.

Como esse negócio vai envolver dinheiro, provavelmente vai ter algum tipo de quebra-pau. Como ninguém lá tem capacidade de fazer algo muito simples - e deixaram o túmulo chegar a esse estado - acho que essa reforma vai sair meio cara. E, claro, todo mundo vai chiar na hora de colocar a mão no bolso. E minha mãe papuda já falou que faz um empréstimo e paga! É, sem dúvida este é um ótimo momento pra isso. De brinde vou começar a perder o sono por conta da irresponsabilidade financeira da minha mãe. Sei lá quantos anos ela vai levar pra pagar o empréstimo que já prometeu fazer. Afinal, pra ela não importa se a dívida vai se estender por anos: o que importa é que ela pague sempre prestações pequenas.

Agora nos resta ver a proporção desse aranca-rabo. Em algum momento alguém vai cobrar da cunhada com relação ao jeito que ela não deu no túmulo, antigas questões virão a tona e, no final, só espero que a minha mãe não assuma um compromisso grande demais. Também espero que ela não brigue com parentes que eu gosto. Primeiro, porque é raro eu gostar de parentes. Segundo, porque fica aquela coisa meio estranha quando você encontra essas pessoas. E nunca dá pra saber como vão ficar as coisas por conta do humor muito instável dela. E sobre tudo, espero que essa reforma seja feita logo pra que esses restos mortais possam ficar em paz novamente.


Mudando de assunto, eu havia prometido à Menina Amanda que no meu próximo post teria um link pra um post muito bom do blog dela: http://amandameninacherry.blogspot.com/2009/04/torturas-pos-modernas.html

E sim, nós odiamos Big Brother! >=(

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